A seleção brasileira ainda é uma possibilidade para Thiago Silva. Em entrevista exclusiva à ESPN, o zagueiro do Chelsea afirmou não ter se aposentado da Canarinho e que sua ausência das convocações são decisões dos treinadores.
“Eu não tomei decisão nenhuma (de me aposentar). Que isso fique bem claro. Não tomei decisão nenhuma de não ir para a seleção. A decisão não é minha. Estou sempre à disposição. Quando a CBF convoca, já diz na ponta da linha, convocação. Você precisa ir. Mas até o momento não fui comunicado de nada, apenas não fui chamado para essas recentes oportunidades”, disse.
“Porém, se eles acharem que eu esteja em condições de poder ajudar nesse processo, com certeza eu farei o possível para poder ajudar. Mas, enquanto isso não acontecer, procuro fazer meu trabalho aqui no Chelsea, jogando em uma das ligas mais importantes do mundo e dando sequência nesse trabalho. Infelizmente ano passado não foi tão bom, mas espero que esse ano seja diferente”, completou.
Jogador que mais vezes foi capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo, com 12 jogos, Thiago Silva esteve presente nos últimos quatro Mundiais. Após a eliminação para a Croácia no Qatar, porém, o defensor de agora 39 anos afirmou que não disputaria a próxima edição do torneio.
‘’É difícil ter palavras naquele momento ali. É mais confortar mesmo. Já passei por algumas dificuldades na minha vida, não somente na seleção, mas na minha vida pessoal também. Quando perdemos uma coisa importante que tínhamos como objetivo, dói bastante”, afirmou na época.
“Mas agora é tentar levantar a cabeça e seguir. Não tem outra alternativa. Eu sou um cara que todas as vezes em que eu cai, eu me levantei. Não vai ser dessa vez que eu vou ficar aqui. Infelizmente como jogador, não vou conseguir erguer essa taça. Quem sabe mais lá para frente com outra função’’, finalizou.
A renovação da seleção brasileira
Ao falar da seleção brasileira, Thiago também falou sobre a renovação vivida na Amarelinha e comparou com o mesmo processo que vive o Chelsea.
“É um pouco diferente da seleção. Embora seja na mesma ideia de renovação, de mudança de treinador, de jogadores chegando. Aqui, acredito que tem muito mais jogadores chegando do que na seleção, mas na seleção você tem muito menos tempo do que no clube”, avaliou.
“Se aqui a gente está tendo dificuldade para encontrar o ’11 principal’, para que a gente possa desempenhar o melhor futebol, acredito que nos últimos jogos a gente vem demonstrando uma situação melhor, fazendo gols, coisa que a gente não vinha fazendo… Só que a gente tem uma semana de treinamento para cada jogo. Isso facilita um pouco o trabalho do Pochettino”, seguiu.
“Na seleção não é assim. Na seleção você chega ali, nessa data Fifa você faz 5 treinos. E muitos deles é recuperação de viagem, de fuso horário, de jogadores que não se alimentam bem, não dormem bem. Então isso retarda mais esse processo. Acho que aqui a gente vem se encontrando em uma situação legal, interessante. Espero que a gente dê sequência nos próximos jogos difíceis que vem pela frente”, acrescentou.
Thiago Silva cita ‘setor defensivo todo modificado’ em Uruguai x Brasil e fala sobre renovação da seleção com Diniz: ‘Não tem tempo’
Zagueiro do Chelsea concedeu entrevista exclusiva à ESPN, ao correspondente João Castelo-Branco
Longe da seleção, o zagueiro admite ainda não estar acostumado por estar acompanhando aos jogos da equipe de longe, falando em sensação ‘estranha’.
“É tudo muito novo para mim. Foram 11, 12 anos praticamente sempre nessas datas Fifa à serviço da seleção. Agora, as últimas 4, duas com Ramon Menezes se não me engano e agora mais duas, e eu olhando aqui de fora. É uma sensação um pouco estranha, diferente, mas sempre na torcida porque eu acredito que essa nova geração que está vindo já chega com uma pressão muito grande de ganhar, de vencer, de jogar bem”, admitiu.
“E aí você tem mudanças de gerações, de comissão técnica, e isso atrasa todo esse processo. Porém, são jogadores que foram para seleção porque mereceram estar ali. Agora é questão de tempo, e na seleção a gente não tem muito tempo”, continuou.
“Então isso acaba colocando os meninos em uma situação de pressão onde você tem que trabalhar em função daquela situação e isso te causa nervosismo, apreensão. Nesse jogo do Uruguai, o setor defensivo todo modificado. Gabriel chegando agora, os dois laterais primeira convocação, e o Diniz tem que colocar para jogo em função de lesões… A gente não tem muita escolha nem tempo de preparação. Isso dificulta muito”, encerrou.
Campeão da Copa das Confederações de 2013 e da Copa América de 2019, Thiago Silva tem 113 jogos e sete gols com a camisa da seleção brasileira.
